A comunicação e a defesa na Amazônia é assunto que, dado a sua relevância, merecia um livro próprio. Neste post, apresento algumas tecnologias de comunicação e defesa por satélite que são utilizados para a comunicação e proteção da Amazônia.
No dia 14 de março, tive a oportunidade de conhecer as instalações do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – Censipam, em Brasília-DF. Com base nos conhecimentos lá adquiridos, resolvi escrever esse post como forma de ter uma memória da visita.

O Censipam faz um trabalho importantíssimo ao integrar as informações de sensores remotos, radares e estações meteorológicas, e outras plataformas de coleta de dados a fim de que os diversos órgãos de governo consigam utilizar buscando a proteção da Amazônia Legal e da Amazônia Azul.
O órgão tem como missão “contribuir para a proteção, a integração, o desenvolvimento sustentável e o incremento da qualidade de vida na Amazônia Legal, no mar territorial, na Zona Econômica Exclusiva do Brasil e em outras áreas consideradas de interesse”.
Por causa de minha experiência profissional na Telebras, em especial com o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), tenho algum conhecimento básico sobre a tecnologia de satélites de telecomunicações.
O SGDC utiliza duas faixas de frequência: a banda X, de uso exclusivamente Militar, e a banda Ka de uso civil para a transmissão de dados. Sobre condições de nebulosidade ou chuva, o sinal nessas faixas de frequências é extremamente atenuado. Isso se torna um problema que tem de ser tecnicamente resolvido. Diversas são as soluções para resolver esse problema. Uma delas, é aumentar o tamanho de antena ou a potência de transmissão e recepção de sinais. Outra, é alterar o algoritmo para a transmissão de dados.

Para monitoramento, o Brasil já possui um satélite óptico, o Amazônia-1, que opera na faixa de luz visível. No entanto, essa opção traz algumas desvantagens: a primeira, deve-se ao fato que o satélite óptico não funcionar durante a noite, a final de contas ele precisa de luz para tirar as fotos. A outra deve-se ao fato de que a Amazônia é extremamente úmida e chove frequentemente.
Como é possível observar na imagem ao lado, há grande dificuldade adotar um algoritmo que reconheça o que é desmatamento ou queimada com esse tipo de imagem. As nuvens bloqueiam as informações.
Para solucionar este tipo de problema, é necessário a adoção de satélites com tecnologia Synthetic Aperture Radar (SAR), ou satélite radar. Essa tecnologia permite a formação de imagens em três dimensões, fornecendo, assim, possibilidade de mapear relevo e outras estruturas tridimensionais. Um satélite radar tem aplicações além do meio ambiente. Eles são úteis para o agronegócio, o setor elétrico, mineração, além de defesa e segurança.
Infelizmente o Brasil ainda não conta com um satélite radar, e por isso, o Cesipam utiliza-se de informações fornecidas por outros países.
Inclusive um dos fornecedores de imagens de satélites ótico e radar é a empresa Visiona Tecnologia Espacial, empresa coligada da Telebras.
Recebemos a informação que Agência Espacial Brasileira (AEB) está trabalhando para o desenvolvimento de um satélite radar com contribuições de profissionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Ministério da Defesa para o desenvolvimento de um satélite nacional com tecnologia SAR.
O desenvolvimento da Base Industrial de Defesa e fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Isso permitirá o desenvolvimento de tecnologia e de novos empregos especializados.
Para saber mais
Sobre o SGDC acesse:
Sobre os serviços de sensoriamento da Visiona, acesse:
Sobre o Censipam, acesse: